Em dez anos, o seguro rural atendeu mais de 420 mil agricultores
Por Hulda Rode
Da Reportagem
Mais de 420 mil produtores contrataram o seguro rural ao longo de dez anos. O programa faz parte da política agrícola do governo federal que previne perdas financeiras em função de ocorrência de eventos climáticos nas lavouras. Nesse período, o governo já pagou mais de R$ 2,92 bilhões em indenizações, totalizando mais de 75 mil apólices de seguro rural. Esses números fazem parte do primeiro balanço divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Ministério da Agricultura.
Entre os anos de 2006 a 2015, mais de 52 milhões de hectares foram protegidos pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), nas culturas de soja, trigo, milho, maçã e uva.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, disse que nos últimos anos o seguro agrícola avançou muito, mas houve recuo.
“É o caso de 2015, infelizmente em 2013, nós tivemos um recurso de R$ 400 milhões na época de subvenção do governo federal. Em 2014, passou para 700 milhões e 2015, recuou, no ano passado quando o ministro Blairo Maggi assumiu o Ministério, nós recolocamos o orçamento para R$ 400 milhões de reais”, explicou Geller.
Segundo Geller, esse recurso será liberado ainda neste ano, entre os meses de setembro, outubro e novembro.
Para o ano de 2018, está programado para liberar R$ 550 milhões no seguro, por meio do Plano Safra, que ainda deve ser aprovado pelo Congresso Nacional.
Devido às dificuldades orçamentárias, o secretário sinalizou a intenção de convencer a equipe econômica do governo federal para garantir dinheiro para o seguro agrícola. “Esse recurso que se aloca no seguro não é gasto, é investimento. Quando se tem seguro se diminui muito a equalização no caso de renegociação de dívidas, você diminui muito o teu custo Brasil que é bastante alto, então estamos bastante confiantes”.

Já o vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura, José Mario Schreiner, avalia que o seguro rural sustenta a atividade agropecuária brasileira, mas critica que esse crescimento foi lento, em função de problemas climáticos na safra passada.
“Esse ano normalmente tivemos uma política de seguro rural fixa e efetiva e não sujeita a cortes que sofra contingenciamento no orçamento, nós sempre vamos estar nessa desconfiança. A gente entende o esforço do Ministério da Agricultura e da área econômica do governo federal, mas nós temos que avançar. Temos alguns problemas como a taxa Selic muito alta”.
Para Schreiner, o valor liberado não atende às demandas do setor agrícola. O montante ideal para o seguro rural seria na ordem de R$ 1,3 bilhão.
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